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Textos e Mensagens



Sinais
Psicografia de Chico Xavier

Sua conversação dirá das diretrizes que você escolheu na vida.
Suas decisões nas horas graves, identificam a posição de seu espírito.
Seus gestos, na luta comum, falam de seu clima interior.
Seus impulsos definem a zona mental em que você prefere movimentar-se.
Seus pensamentos revelam suas companhias espirituais.
Suas leituras definem os seus sentimentos.
Seu trato pessoal com os outros esclarece até que ponto você progrediu.
Suas solicitações lançam luz sobre os objetivos.
Suas opiniões revelam o verdadeiro lugar que você ocupa no mundo.
Seus dias são marcas no caminho evolutivo. Não se esqueça de que compactas assembléias de companheiros encarnados e desencarnados conhecem-lhe a personalidade e seguem-lhe a trajetória pelos sinais que você está fazendo.



Oração de São Francisco de Assis

Senhor,
Fazei-me instrumento de Vossa Paz!
Onde houver ódio, que eu leve o amor.
Onde houver ofensas, que eu leve o perdão.
Onde houver discórdias, que eu leve a união.
Onde houver dúvidas, que eu leve a fé.
Onde houver erros, que eu leve a verdade.
Onde houver desesperos, que eu leve a esperança.
Onde houver tristezas, que eu leve a alegria.
Onde houver trevas, que eu leve a luz.

O Mestre,
Fazei que eu procure mais consolar, que ser consolado.
Compreender que ser compreendido.
Amar que ser amado.
Pois é dando que se recebe.
É perdoando que se é perdoado.
E é morrendo que se vive
Para a Vida Eterna!
Assim Seja!



Procura-se um amigo
Psicografia de Francisco Cândido Xavier
Pelo Espírito de Meimei
Não precisa ser homem, basta ser humano, basta ter sentimento, basta ter coração.
Precisa saber falar e saber calar, sobretudo, saber ouvir.
Tem que gostar de poesia, da madrugada, de pássaros, do Sol, da Lua, do canto dos ventos e do murmúrio das brisas.
Deve ter amor, um grande amor por alguém, ou então sentir falta de não ter esse amor. Deve amar o próximo e respeitar a dor que todos os passantes levam.
Deve guardar segredo sem se sacrificar.
Não é preciso que seja de primeira mão, nem mesmo é imprescindível que seja de segunda mão; pode já ter sido enganado...
Não é preciso que seja puro, nem que seja de todo impuro, mas não deve ser vulgar.
Deve ter um ideal e medo de perdê-lo; no caso de assim não ser, deve sentir o grande vácuo que isso deixa.
Tem que ter ressonâncias humanas; seu principal objetivo deve ser de ser amigo; deve sentir pena das pessoas tristes e compreender o imenso vazio dos solitários.
Deve ser D. Quixote sem, contudo, desprezar Sancho Pança.
Deve gostar de crianças, lastimar as que não puderam nascer e as que não puderam viver.
Procura-se um amigo para gostar dos mesmos gostos, que se comova quando chamado de amigo; que saiba conversar de coisas simples, de orvalho, de grandes chuvas e de recomendações de infância.
Precisa-se de um amigo para não enlouquecer, para se contar o que viu de belo ou de triste durante o dia, dos anseios e das realizações, dos sonhos e da realidade.
Deve gostar de ruas desertas, de poças de chuva, de caminhos molhados, de beira de estrada, do mato depois da chuva e de se deitar no capim.
Precisa-se de um amigo que diga que vale a penar viver, não porque a vida é bela, mas porque já se tem um amigo.
Precisa-se de um amigo para se parar de chorar, para não se viver debruçado no passado em busca de memórias perdidas.
Precisa-se de um amigo que nos bata no ombro, sorrindo e chorando, mas que nos chame de amigo.
Precisa-se de um amigo que creia em nós.
Precisa-se de um amigo para se ter consciência de que ainda se vive.



Nem sempre o que reluz é ouro!
Autor Desconhecido

Um homem, seu cavalo e seu cão, caminhavam por uma estrada. Depois de muito caminhar, esse homem se deu conta de que ele, seu cavalo e seu cão haviam morrido num acidente.
A caminhada era muito longa, morro acima; o sol era forte e eles ficaram suados e com muita sede. Precisavam desesperadamente de água.
Numa curva do caminho, avistaram um portão magnifico, todo de mármore, que conduzia a uma praça calçada com blocos de ouro, no centro da qual havia uma fonte de onde jorrava água cristalina. O caminhante dirigiu-se ao homem que numa guarita, guardava a entrada.
--Bom dia, ele disse.
* Bom dia, respondeu o homem.
--Que lugar e este, tão lindo? Ele perguntou.
* Isto aqui e o céu, foi a resposta.
--Que bom que nós chegamos ao céu, estamos com muita sede, disse.
* O senhor pode entrar e beber água a vontade, disse o guarda, indicando-lhe a fonte.
--Meu cavalo e meu cachorro tambem estao com sede.
* Lamento muito, disse o guarda. Aqui nao se permite a entrada de animais.
O homem ficou muito desapontado porque sua sede era grande. Mas ele não beberia, deixando seus amigos com sede. Assim, prosseguiu seu caminho. Depois de muito caminharem morro acima, com sede e cansaço multiplicados, ele chegou a um sitio, cuja entrada era marcada por uma porteira velha semi aberta.
A porteira se abria para um caminho de terra, com arvores dos dois lados que lhe faziam sombra. A sombra de uma das arvores, um homem estava deitado, cabeça coberta com um chapéu, parecia que estava dormindo.
--Bom dia, disse o caminhante.
* Bom dia, disse o homem.
--Estamos com muita sede, eu, meu cavalo e meu cachorro.
* Ha uma fonte naquelas pedras, disse o homem e indicando o lugar. Podem beber a vontade.
O homem, o cavalo e o cachorro foram ate a fonte e mataram a sede.
--Muito obrigado, ele disse ao sair.
* Voltem quando quiserem, respondeu o homem.
--A proposito, disse o caminhante, qual e o nome deste lugar?
* Céu, respondeu o homem.
--Céu? Mas o homem na guarita ao lado do portão de mármore disse que lá era o céu!
* Aquilo não e o céu, aquilo é o inferno.
O caminhante ficou perplexo. --Mas entao, disse ele, essa informação falsa deve causar grandes confusoes.
* De forma alguma, respondeu o homem. Na verdade, eles nos fazem um grande favor. Porque lá ficam aqueles que são capazes de abandonar seus melhores amigos...



Pastel, Guaraná e Deus
Enviado por: Marcio Sales Saraiva

Havia um pequeno menino que queria se encontrar com Deus. Ele sabia que tinha um longo caminho pela frente, portanto ele encheu sua mochila com pasteis e guaraná, e começou sua caminhada.
Quando ele andou umas 3 quadras, encontrou um velhinho sentando em um banco da praça olhando os pássaros.
O menino sentou-se junto dele , abriu sua mochila , e ia tomar um gole de guaraná, quando olhou o velhinho e viu que ele estava com fome, então ofereceu-lhe um pastel.
O velhinho muito agradecido aceitou e sorriu ao menino.
Seu sorriso era tão incrível que o menino quis ver de novo, então ele ofereceu-lhe seu guaraná.
Mais uma vez o velhinho sorriu ao menino.
O menino estava muito feliz!
Ficaram sentados ali sorrindo, comendo pastel e bebendo guaraná pelo resto da tarde sem falarem um ao outro.
Quando começou a escurecer o menino estava cansado e resolveu voltar para casa, mas antes de sair ele se voltou e deu um grande abraço no velhinho.
O velhinho deu-lhe o maior sorriso que o menino já havia recebido.
Quando o menino entrou em casa, sua mãe surpresa perguntou ao ver a felicidade estampada em sua face.
"O que você fez hoje que te deixou tão feliz?
Ele respondeu:
"Passei a tarde com Deus" e acrescentou "Você sabe, ele tem o mais lindo sorriso que eu jamais vi?"
Enquanto isso, o velhinho chegou em casa radiante, e seu filho perguntou:
"Por onde você esteve que te deixou tão feliz?"
Ele respondeu:
"Comi pasteis e tomei guaraná no parque com Deus".
Antes que seu filho pudesse dizer algo ele falou:
"Você sabe que ele é bem mais jovem do que eu pensava?"
Nunca subestime a força de um sorriso, o poder de uma palavra, de um ouvido para ouvir, um honesto elogio, ou até um ato de carinho.
Tudo isso tem o potencial de fazer virar uma vida.
Por medo de diminuir deixamos de crescer.
Por medo de chorar deixamos de sorrir!!!
Portanto Sorria !!!



O PRESENTE
Era uma vez um rapaz que ia muito mal na escola. Suas notas e seu comportamento eram uma decepção para seus pais que, como bons cristãos,sonhavam em vê-lo formado e bem sucedido.
Um belo dia, o bom pai lhe propos um acordo: Se você, meu filho, mudar o comportamento, se dedicar aos estudos e conseguir ser aprovado no vestibular para a Faculdade de Medicina, lhe darei então um carro de presente.
Por causa do carro, o rapaz mudou da água para o vinho. Passou a estudar como nunca e a ter um comportamento exemplar.
O pai estava feliz, mas tinha uma preocupacao. Sabia que a mudança do rapaz não era fruto de uma conversão sincera, mas apenas do interesse em obter o automóvel.
Isso era mau!
O rapaz seguia os estudos e aguardava o resultado de seus esforços.
Assim,o grande dia chegou! Fora aprovado pra o curso de Medicina. Como havia prometido, o pai convidou a família e os amigos para uma festa de comemoração.
O rapaz tinha por certo que na festa o pai lhe daria o automóvel.
Quando pediu a palavra, o pai elogiou o resultado obtido pelo filho e lhe passou as mãos uma caixa de presente. Crendo que ali estavam as chaves do carro, o rapaz abriu emocionado o pacote.
Para sua surpresa, o presente era uma Bíblia. O rapaz ficou visivelmente decepcionado e nada disse.
A partir daquele dia, o silêncio e distância separavam pai e filho. O jovem se sentia traído, e agora, lutava por ser independente.
Deixou a casa dos pais e foi morar no Campus da Universidade. Raramente mandava notícias a família.
O tempo passou, ele se formou, conseguiu um emprego em um bom hospital e se esqueceu completamente do pai. Todas as tentativas do pai para reatar os laços foram em vão.
Até que um dia o velho, muito triste com a situação, adoeceu e não resistiu. Faleceu...
No enterro, a mãe entregou ao filho, indiferente, a Bíblia que tinha sido o último presente do pai e que havia sido deixada para trás.
De volta a sua casa, o rapaz, que nunca perdoara o pai, ao colocar o livro numa estante, notou que havia um envelope dentro dele.
Ao abrí-lo, encontrou uma carta e um cheque.
A carta dizia: "Meu querido filho, sei o quanto você deseja ter um carro. Eu prometi e aqui está o cheque para você, escolha aquele que mais lhe agradar. No entanto, fiz questão de lhe dar um presente ainda melhor: a Bíblia Sagrada...Nela aprenderás o Amor de Deus e a fazer o bem, não pelo prazer da recompensa, mas pela gratidão e pelo dever da consciência.
Corroido de remorso, o filho caiu em profundo pranto...
Como pode ser triste a vida dos que nao sabem perdoar...Pode levar a erros terríveis e a um fim ainda pior.
Antes que seja tarde, perdoe aquele a quem você pensa ter lhe feito mal.
Talvez se olhar com cuidado, veja que há também um "cheque escondido" em todas as adversidades da vida.



FAÇA HOJE
Escrito por: Sister Helen P. Mrosla

Ele estava na 3a série em que eu lecionei na escola SaintMary's em Morris, Minn. Todos os 34 alunos eram importantes para mim , mas Mark Eklund era um em um milhão. Muito bonito na aparência, mas com aquela atitude 'é bom estar vivo' que fazia mesmo uma travessura interessante.
Mark falava incessantemente. Eu tinha que lembrá-lo a toda hora, que conversar sem pedir licença não era permitido. O que me impressionava muito, porém, era sua resposta sincera toda vez que eu precisava chamar sua atenção pelas travessuras - "Obrigado por me corrigir, Irma!"
Eu não sabia o que fazer disto, mas ao invés me acostumei a ouvir esta frase muitas vezes ao dia.
Uma manhã eu já estava perdendo a paciência quando o Mark falava repetitivamente, e eu cometi um erro de professor principiante. Olhei para o Mark e disse - "Se você disser mais uma palavra, eu taparei sua boca com Fita adesiva!"
Passaram-se dez segundos quando Chuck deixou escapar - "O Mark está conversando de novo."
Eu não havia pedido a nenhum dos alunos para me ajudar a cuidar do Mark, mas como dei o aviso da punição na frente de toda a classe, eu tinha de tomar uma atitude. Eu lembro a cena como se fosse hoje. Eu caminhei ate a minha mesa, deliberadamente abri minha gaveta, e peguei um rolo de fita adesiva.
Sem dizer uma palavra, fui até a mesa do Mark, destaquei dois pedaços de fita e fiz um X sobre a boca dele. Voltei, então, para a frente da sala de aula.
Assim que olhei para o Mark para ver o que estava fazendo, ele piscou para mim. Isto foi o suficiente!! Eu comecei a rir. A turma aplaudiu assim que retornei a mesa do Mark, removi a fita, e encolhi meus ombros. Suas primeiras palavras foram- "Obrigado por me corrigir, Irma."
Recebi uma proposta para assumir uma turma de 2o grau de matemática no final do ano. Os anos passaram, e antes que eu soubesse, Mark estava na minha turma novamente. Ele estava mais bonito que nunca e tão educado. Uma vez que teria de escutar atentamente minhas explicações na "nova matemática", ele não falou tanto na nona série, como fez na terceira.
Numa Sexta-feira, as coisas não pareciam boas. Havíamos trabalhado duro a semana toda em cima de um conceito matemático, eu senti que os alunos estavam tensos, frustrados com eles mesmos, e nervosos uns com os outros. Eu tinha de parar este mau humor antes que fugisse do meu controle.
Então pedi a eles que listassem os nomes dos colegas de classe em duas folhas de papel, deixando um espaço entre cada nome. Então eu disse a eles para pensarem na coisa mais legal que eles poderiam dizer sobre cada um dos seus colegas e escrever na lista. Isto levou o restante do período de aula para terminar esta tarefa, e a medida que iam deixando a sala, cada um foi me entregando suas listas.
O Charlie sorriu. O Mark disse - "Obrigado por me ensinar Irma. Tenha um bom final de semana."
Naquele sábado, escrevi o nome de cada aluno numa folha separada, e listei o que os outros haviam escrito sobre cada indivíduo. Na segunda-feira eu entreguei as listas para cada um dos alunos. Logo, toda a sala estava sorrindo.
"Mesmo?" Eu ouvi uns sussurros. "Eu nunca pensei que eu significasse tanto para alguém!"" Eu não sabia que outros gostavam tanto de mim." Ninguém nunca mais mencionou sobre estes papéis em sala de aula. Nunca soube se eles discutiram sobre o assunto depois da aula, ou com seus pais, mas não importava. O exercício atingiu o seu objetivo. Os alunos estavam felizes com eles mesmos e com os outros novamente.
Aquele grupo de estudantes seguiu seu caminho. Vários anos mais tarde, depois de retornar das minhas ferias, meus pais se encontraram comigo no aeroporto. No caminho de volta para casa, minha mãe me fez as perguntas usuais sobre a viagem, o tempo, minhas experiências em geral. Houve uma pausa na conversa. Minha mãe deu uma olhada para meu pai e disse- "Pai? " Meu pai limpou a garganta como sempre fez antes de dizer algo importante.
"Os Eklunds ligaram ontem a noite", ele começou, "Mesmo?" eu disse. "Eu não soube deles por anos. Eu fico imaginando como está o Mark."
O meu pai respondeu em baixo tom - "Mark foi morto no Vietnã. O funeral é amanhã , e os pais dele gostariam que você fosse."
A partir deste dia, eu marquei o ponto exato da freeway I-494 quando o meu pai me deu a notícia sobre o Mark.
Eu nunca havia visto um militar num caixão antes. Mark estava tão bonito, tão maduro. Tudo o que pude pensar naquele momento foi - "Mark, eu daria todas as fitas adesivas do mundo se você pudesse falar comigo."
A igreja estava cheia de amigos do Mark. A irmã do Chuck cantou "The Battle Hymn of the Republic." Por que teve de chover no dia do funeral? Já era difícil o suficiente estar ao lado da sepultura. O pastor recitou as orações normais e o trompete soou.
Um a um aqueles que amavam Mark aproximaram-se do caixão pela última vez e o borrifaram com água benta. Eu fui a ultima a abençoar o caixão.
Enquanto eu estava ali, um dos soldados que carregava um manto se aproximou e perguntou - "Você foi professora de matemática do Mark?"
Eu concordei e continuei a olhar o caixão." Mark falava muito sobre você", ele disse.
Depois do funeral, a maior parte dos colegas de Mark dirigiram-se para a fazenda de Chuck para o almoço. Os pais do Mark estavam lá, obviamente esperando por mim. "Nos queremos lhe mostrar algo" disse o pai, tirando a carteira dele do bolso. "Eles acharam isto com o Mark quando ele foi morto. Achamos que você reconheceria."
Abrindo a carteira, ele cuidadosamente removeu duas folhas de caderno bem velhas que foram obviamente remendadas com fita, dobrados e desdobrados muitas vezes. Eu já sabia, sem ter de olhar para elas, que se tratava daqueles papéis onde eu listei as coisas boas que cada um dos colegas do Mark haviam escrito sobre ele.
"Muito obrigado por fazer isso." disse a mãe de Mark. "Como você pode ver, Mark apreciou muito."
Os colegas do Mark começaram a se aproximar de nós. Charlie sorriu timidamente e disse - "Eu ainda tenho a minha lista. Esta na primeira gaveta da minha escrivaninha em casa." A esposa do Chuck disse - "O Chuck me pediu para colocar a lista dele no nosso álbum de casamento." "Eu tenho a minha também." disse Marilyn. "Está no meu diário." Então Vicki, uma outra colega, pegou a sua lista toda amassada do bolso e a mostrou para o grupo. "Eu sempre a carrego comigo." disse Vicki sem mover um cílio. "Eu acho que todos nós guardamos nossas listas."
Foi quando então, eu realmente sentei e chorei. Eu chorei por Mark e por todos seus amigos que nunca o veriam novamente.



Histórias de Preto Velho
Autor: Josué de Freitas

Cenário: reunião mediúnica num centro espírita orientado pela doutrina de Allan Kardec. A reunião, na sua fase teórica, desenrola-se sob a explanação do Evangelho Segundo o Espiritismo. Os membros da seleta assistência ouvem a lição atentamente. Sobre a mesa, a tradicional toalha branca, a água a ser fluidificada e o Evangelho Segundo o Espiritismo aberto na lição nona do capítulo 10: "O Argueiro e a trave no olho".
Dr. Anestor, o dirigente dos trabalhos práticos, tecia as últimas considerações a respeito da lição da noite. O ambiente estava impregnado das fortes impressões deixadas pelas palavras de Jesus Cristo: "Por que vês tu o argueiro no olho do teu irmão, e não vês a trave que está no teu?"
Findos os esclarecimentos, apagaram-se as luzes principais, para que desse início à comunicação dos espíritos daqueles que, indevidamente, são classificados de "mortos".
Feita a prece de abertura por um dos presentes iniciam-se as manifestações. Pequenas mensagens de consolo e   apoio, são dadas pelos desencarnados aos membros da sessão.
Quando se abriu o espaço destinado à comunicação de entidades não habituais, os Espíritos necessitados, correu o inesperado: a médium Letícia fica sob a influência de um Espírito estranho.
Moça de educação esmerada, traços delicados, de quase trinta anos de idade, dez dos quais dedicados à educação da mediunidade, sentiu profundo arrepio percorrer-lhe o corpo. Nunca, nas suas experiências com a mediunidade, tinha sentido coisa parecida.
Tomada de uma sacudidela incontrolável, suspirou profundamente e, de forma instantânea, foi "tomada" por uma entidade espiritual. Letícia nunca tinha visto aquilo. Estava consciente, mas seus pensamentos pareciam controlados pelo desencarnado que tinha completo domínio de sua psiquê.
O dirigente, como sempre fez nos seus vinte e tantos anos de prática espírita, deu-lhe as boas-vindas, em nome de Jesus.
- Seja bem-vindo, meu irmão, nesta casa de caridade, disse-lhe Dr. Anestor.
O espírito respondeu:
- Boa noite, Fio. Suncê me dá licença prá eu me 'proximá' de seus trabalhos, Fio?
- Claro, meu companheiro, nosso centro espírita está   aberto a todos os que desejam progredir, respondeu o   diretor da mesa.
Todos os presentes perceberam que a entidade comunicante era um preto-velho, Espírito que habitualmente comunica-se nos terreiros de Umbanda.
A entidade continuou:
-'Vósmicê' não tem aí uma cachacinha prá eu bebê, Fio?
- Não, não temos, disse-lhe Dr. Anestor. Você precisa se libertar destes costumes que traz dos terreiros, que é o de ingerir bebidas alcoólicas. O Espírito precisa evoluir, completou o dirigente.
-'Vósmecê num tem aí um pito? Tô com vontade de pitá um cigarrinho, Fio.
- Ora, meu irmão, você deve deixar o mais breve possível este hábito adquirido nas práticas de terreiro, se é que queres progredir. Que benefícios traria isso a você?
O preto-velho respondeu:
-'Preto-véio' gostou muito de suas falas, mas suncê e mais alguns dos médiuns não faz uso do cigarro, Fio? 'Suncê' mesmo num toma suas bebidinhas nos fins de sumana? 'Vósmicê' pode me explicá a diferença que tem o seu Espírito que beberica 'whisky' lá fora, do meu Espírito que quer beber aqui dentro? Ou explicá prá mim, a diferença do cigarrinho que suncês fuma na rua, daquele que eu quero pitar aqui dentro, Fio?
Dr. Anestor não pôde explicar, mas resolveu arriscar:
-Ora, meu amigo, nós estamos num templo espírita e é preciso respeitar os trabalhos de Jesus. O preto-velho retrucou, agora já não mais falando como caipira:
"Caro dirigente, na escola espiritual da qual faço parte, temos aprendido que o verdadeiro templo não se constitui nas quatro paredes a que chamais centro espírita. Para nós, estudiosos da alma, o templo da verdade é o do Espírito. E é ele que está sendo afanado com o uso do álcool e do fumo, como vêm procedendo os senhores. Vosso exemplo na sociedade, perante os estranhos e mesmo seus familiares, não tem sido dos melhores. O hábito, mesmo social, de beber e fumar deve ser combatido por todos os que trabalham na Terra em nome do Cristo. A lição do próprio comportamento é fundamental na vida de quem quer ensinar".
Houve grande silêncio diante de tal argumentação segura.
Pouco depois, o Espírito continuou:
-"Suncê' me adescurpa a visitação que fiz hoje, e o tempo que tomei do seu trabalho. Vou-me embora para donde vim, mas antes, Fio, queria deixar a suncês um conselho: que tomem cuidado com suas obras, pois, como diria `Nosso Sinhô', tem gente coando mosquito e engolindo camelo. Cuidado, irmãos, muito cuidado.
Preto-véio deixa a todos um pouco da paz que vem de Deus. Ficam meus sinceros votos de progresso a todos os que militam nesta respeitável Seara".
Deu uma sacudida na médium, como nas manifestações de Umbanda, e afastou-se para o mundo invisível. Dr. Anestor ainda quis perguntar-lhe o porquê de falar "daquela forma", mas não houve resposta.
No ar ficou um profundo silêncio, uma fina sensação de paz e uma importante lição: lição para os confrades meditarem.


Saudação aos Pretos Velhos e Caboclos Amados Pretos Velhos e Caboclos
Servidores humildes de Oxalá!
Pelo trabalho grandioso e santo
Que esecutais nas matas, nos caminhos,
nas pedras e nas águas, nas estradas,
no mar e nas encruzilhadas de nossas vidas,
Nos todos vos saudamos...
Que Oxalá aumente vossa força e luz!




Uma só flecha
(Extraido do livro As Cartas do Caminho Sagrado, de Jamie Sams)
Autor: John York

A estrada à minha frente
É longa e estreita.
Só me restou uma flecha,
E meu velho cavalo
Mal se agüenta em pé.
Mas se for preciso
Voltar ao combate,
Arreio o cavalo,
Subo à sela,
Corajoso cavaleiro:
É hora de enfrentar
Minha última Batalha!

É hora de escalar
Montanhas escarpadas,
Buscando alcançar
Meus próprios limites.

É hora de nadar
Contra a corrente
Dos rios caudalosos
Que rugem em minh'alma.

É hora de enfrentar
Arenosos desertos,
Em busca do Oásis
De paz e de calma.

Mas a estrada à minha frente
Ainda é longa e estreita.
Só me restou uma flecha,
E meu velho cavalo
Mal se agüenta em pé.
Mas se for preciso
Voltar ao combate,
Arreio o cavalo,
Subo à sela,
Corajoso cavaleiro:
É hora de enfrentar
Minha última Batalha!



ORAÇÃO A OGUM

"O fogo é vosso elemento natural e é com ele que transformais as nossas vidas e nosso íntimo. Renovai as nossas almas, forjai-as para que estejamos prontos para vivermos a verdadeira felicidade , purificai-nos e tirai de nós os ímpetos e os vícios , até que só a luz resplandeça.
Só assim nos tornaremos verdadeiros soldados da luz.
Protegei-nos com vosso escudo sagrado de todo ataque das trevas. E que vossa espada de fogo seja sempre a nossa espada para que as forças do mal não tenham poder sobre nós.
Imbuídos do vosso poder imenso , jamais cairemos , e todo mal que em nós estiver, será retirado. Fazei vir a nós vossas milícias sagradas para que as nossas súplicas sejam atendidas..."
(Oração inspirada pelo espírito de Vovó Cambinda   25/07/1998 - Templo de Umbanda Anjo)
- Texto fornecido pelo irmão Josino Villas Boas na lista de discussão sobre Umbanda -



A LOJA DE DEUS

"Entrei e vi um anjo no balcão. Maravilhado disse-lhe:
- Santo Anjo, o que vendes?
Respondeu-me o anjo:
- Todos os dons de Deus.
- Custa muito?
- Não, é tudo de graça.
Contemplei a loja e vi jarros com compaixão, vidros com fé, pacotes com esperança, caixinhas com salvação, potes com sabedoria.
Tomei coragem e pedi:
- Por favor Santo Anjo, quero muito amor, todo o perdão, um vidro de fé, bastante felicidade e salvação eterna para mim e minha família também.
Então o Anjo preparou-me um pequeno embrulho, tão pequeno, que cabia na palma de minha mão.
Maravilhado mais uma vez, disse-lhe:
- É possível tudo estar aqui?
O Anjo respondeu-me sorrindo:
- Meu querido, na Loja de Deus não vendemos frutos, apenas sementes..."
- Texto fornecido pelo irmão Regges na lista de discussão sobre Umbanda -



PRECE DE CÁRITAS

Deus, nosso Pai, que sois todo Poder e Bondade, dai força àquele que passa pela provação, dai luz àquele que procura a verdade, ponde no coração do homem a compaixão e a caridade.
Deus! Dai ao viajor a estrela guia, ao aflito a consolação, ao doente o repouso.
Pai! Dai ao culpado o arrerpendimento, ao espírito a verdade, à criança o guia, ao órfão o pai.
Senhor!que vossa bondade se estenda sobre tudo que criastes. Piedade, Senhor. para aqueles que Vos não conhecem, esperança para aqueles que sofrem. Que Vossa bondade permita aos espíritos consoladores derramarem por toda parte a paz, a esperança e a fé.
Deus! um raio, um reflexo do Vosso amor pode abrasar a terra; deisai-nos beber nas fontes dessa bondade fecunda e infinita, e todas as lágrimas secarão, todas as dores se acalmarão. Um só coração, um só pensamento subirá até Vós, como um grito de reconhecimento e de amor. Como Moisés sobre a montanha, nós vos esperamos com os braços abertos, oh! Bondade! Oh! Beleza! Oh! Perfeição! e queremos de alguma sorte, merecer a Vossa misericórdia.
Deus! Dai-nos a força, ajudai o nosso progresso a fim de subirmos até vós. Dai-nos a caridade pura, a humildade, dai-nos a fé e a razão. Dai-nos a simplicidade Pai, que fará de nossas almas um espelho, onde há de refletir a Vossa divina imagem...



DE OLHOS FECHADOS
Autor: Cassio Ribeiro
(Umbandista, radialista e presidente da Fucabrad)

Sentado ali em frente de seu conga o velho pai de santo relembra com surpreendente nitidez sua infância e seu primeiro contato com a espiritualidade. Nitidamente ele se vê na tenra infância a brincar sozinho no amplo quintal da casa de seus pais. Lembra-se que alguma coisa o fez olhar para as nuvens e diante dele uma estranha imagem se forma: um velho sentado ao redor de uma fogueira e um menino a ouvir-lhe estórias. De alguma maneira o menino ao ver aquela cena sabia que se tratava dele mesmo.
O tempo passou e a cena jamais esquecida e também jamais revelada, o acompanha em sonhos e lembranças. Cresce e acaba se tornando mediun Umbandista. Aos poucos vai conhecendo seus guias, que vão tomando seu corpo nas diversas “giras de desenvolvimento”.
Primeiro o Caboclo que lhe parece muito grande e forte, depois os demais até que, ao completar 18 anos, seu Exu também recebe permissão para incorporar.
Já não é mais mediun de gira, a bem da verdade ocupa o cargo de pai pequeno do terreiro.
Percebe que não tivera uma adolescência como a da maioria dos jovens que lhe cercam na escola. Não vai a bailes , festas... Dedica-se com uma curiosidade e um amor cada vez maior a pratica da caridade. Os anos passam e acaba pôr abrir seu próprio terreiro. Inúmeras pessoa procuram os seus guias e recebem um lenitivo, uma palavra de consolo e esperança...
Foram tantos os pedidos e tantos os trabalhos realizados que já perdera a conta. Viu inumeras pessoas que declaravam amor eterno pela Umbanda e bastava que alguns pedidos não fossem alcançados na plenitude desejada que já se afastavam criticando o que ontem lhes era sagrado...
Presenciou pessoas que vindas de outras religiões e que encontraram a paz dentro do terreiro, mantido a duras penas, uma vez que nada cobrava pôr trabalhos realizados ("Dai de graça o que de graças recebestes").
Solteiro permanecia até hoje pois embora tivesse tido várias mulheres que lhe foram caras, nenhuma delas agüentou ficar a seu lado, pois para ele, a vida sacerdotal se impunha a qualquer outro tipo de relacionamento.
Amava mesmo assim todas aquelas que lhe fizeram companhia em sua jornada terrena. Brincava, o velho pai de santo, quando lhe perguntavam se era casado e respondia, bem humorado, que se casara muito cedo, ainda menino.
A curiosidade dos interlocutores quanto ao nome da esposa era satisfeita com uma só palavra: Umbanda, este era o nome da esposa.
Com o passar do tempo, a idade foi chegando; muitos de seus filhos de fé seguiram seus destinos vindo eles também a abrirem suas casas de caridade.
O peso da idade não o impede de receber suas entidades. Ainda ecoa, pelo velho e querido terreiro, o brado de seu Caboclo, o cachimbo do preto velho perfuma o ambiente, a gargalhada do Exu ainda impressiona, a alegria do Ere emociona a ele e a todos...
Enfim, sente-se útil ao trabalhar...
Hoje não tem gira. O terreiro está limpo, as velas estão acessas e tudo parece normal. Resolve adentrar ao terreiro para passar o tempo, perdera a noção das horas. Apura os ouvidos e sente passos a seu redor, percebe que alguém puxa pontos e que o atabaque toca.
Ele esta de costa para todos de frente para o conga.
O cheiro da defumação invade suas narinas...
Seus olhos se enchem de lágrimas na mesma proporção que seu coração se enche de alegria.
Estranhamente, não sente coragem ou vontade de olhar para trás, apenas canta junto os pontos.
Fixa seus olhos nas imagens do altar, fecha os olhos e ainda assim vê nitidamente o conga, parece que percebe o movimento do terreiro aumentar.
Vira de costas para o conga e a cena o surpreende: vê caboclos, boiadeiros , pretos velhos, marujos, baianos, erês e toda uma gama de Guias até Exus e Pomba Giras estão ali na porteira.
Se dá conta que os vê como são, não estão incorporados. Todos lhes sorriem amavelmente.
Dentre tantos Guias, percebe aqueles que incorporam nele desde criança. Tenta bater cabeça em homenagem a eles mas é impedido.
O caboclo, seu guia de frente, se adianta, lhe abraça, brada seu grito guerreiro...os demais o acompanham.
O velho pai de santo não agüenta e chora emocionado...
As lagrimas lhe turvam a vista. Fecha seus olhos e ao abri-los todos os guias ainda permanecem em seus lugares embora calados...
Nota uma luz brilhante em sua direção, Yansa e Omolu se aproximam, seu caboclo os saúda e é correspondido.
A luz o envolve completamente. Já não se sente mais velho; na verdade sente-se jovem como nunca. Seu corpo está leve e ele levita em direção à luz. Todos os guias fazem reverência...
O terreiro vai ficando longe envolto em luz...Ele sorri alegre...A missão estava cumprida...
No dia seguinte, encontram seu corpo aos pés do conga. Tinha nos lábios um sorriso...




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