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São Paulo, 2 de Abril de 2.000

Caro Colega,

Nesta página, você que é aluno, membro de Comissão de Formatura ou não, encontrará algumas dicas de como realizar sua formatura através de um bom evento.

Primeiramente vou me apresentar, falar um pouco sobre nossa comissão, os trabalhos que realizamos e como estamos executando-os.

Meu nome é Aldo Galesco Júnior, sou formado em Administração de Empresas, pela USJT e, neste ano de 2.000, estou no 5º ano. Pretendo me aperfeiçoar em Direito Tributário, trabalho da área Aduaneira.

Apesar de não ter tempo nem interesse, fui democraticamente escolhido para ser membro da comissão pela minha classe. Como? Simplesmente cheguei atrasado à aula e tinham me indicado, votado e elegido! Não pude nem recusar. Bom, escolheram-me, tudo bem. Vamos lá. Como se não bastasse, os alunos que representavam as outras salas elegeram-me Presidente. Fazer o quê? Sair ou fazer um trabalho bem feito.

A princípio quis sair, achei que só iria perder tempo, no entanto, ao verificar que a Comissão era composta de pessoas íntegras e interessadas, pelo menos naquele momento, resolvi abraçar a idéia. Aqui estou.

Agora que sabem como vim parar aqui, vou falar o que interessa, antes de mais nada, temos que definir o que é uma boa formatura. Talvez pareça fácil, mas isso é muito subjetivo e perigoso.

Para se começar um trabalho bom, deve-se começar pela escolha dos membros que comporão a Comissão. Uma dica importante, vou falar como se eu estivesse escolhendo membros para compor uma comissão a qual eu seria o Presidente. O perfil ideal para "não" compor a comissão é aquele aluno ou aluna que é amigo da Universidade inteira, faz parte de todos os times, vôlei, basquete, futebol, muitos(as) namorados(as). Esse tipo de pessoa é ideal para agitar uma festa ou coisa parecida, mas é muito provável que na hora do "vamos ver...", do "pega pra capar...", deixe a desejar. O aluno ideal é aquele que sempre está pronto para tudo, inteligente e também bem relacionado. Não precisa ser o "CDF" da classe, esse tipo de aluno sempre dará prioridade aos estudos, não que o estudo não seja prioritário, mas haverá ocasiões em que se exige um pouco a mais de sacrifício.

Como nossa comissão foi constituída sem que ninguém tivesse lido essas dicas antes, temos um pouco de tudo. Também não é muito ruim. Somos dezoito e um dia já fomos vinte. Um foi excluído por falta de assiduidade o outro por vontade própria.

Estabelecemos como objetivo desde o início, que nossa formatura deveria ser diferente de todas as que já haviam sido realizadas (normalmente todas começam assim). Se fosse para ser a "mesmice", não estaríamos dispostos a continuar e perder tempo. Foi assim que demos início aos trabalhos realizados, até o presente momento com sucesso, que irei contanto aos poucos.

Traçamos a seguinte meta: Atingir o maior número de alunos possível pelo menor custo! Como já me formei um dia, sei da importância que é a formatura, a colação de grau, o baile, as festas.... e sei também quanto é difícil pagar por tudo isso.

Baseado nesse princípio, começamos a desenvolver uma maneira de atingirmos esse objetivo. Como seria então? A empresa que escolhêssemos para realizar o evento teria a intenção de ter lucro, então de graça não poderia ser. Simplesmente cobrar dos alunos o valor, cairíamos no tradicional... Foi quando nosso encarregado das finanças sugeriu que para isso fizéssemos uma rifa que cobrisse todo o custo da formatura. Logo de cara descobrimos que seria impossível fazer uma única rifa e custear toda a formatura de uma turma inteira. O que fazer? Se uma rifa não dá, vamos fazer duas, três, quatro... E assim fizemos. Quatro rifas. Uma por semestre. Cada rifa em seu primeiro prêmio um carro Zero Quilômetro 1.0. Ideal, esse seria nosso motivo para que o aluno não tirasse dinheiro do bolso para pagar a formatura. Se ele vender todos os números da rifa, terá o dinheiro para pagar a formatura, se não vender ficará com os números e concorrer ao sorteio do carro.

Bom, animados com a idéia colocamos em votação a qual foi aprovada por todos. Então aproveitei a ocasião e propus que em nossa formatura, todos os alunos receberiam um diploma de couro. Ou seja, o aluno que se formasse ganharia o diploma por estar fazendo parte da formatura. Assim fizemos. Tudo Aprovado. Vamos para a prática.

Com essas idéias definidas, começamos o trabalho de contato com as empresas do ramo. Neste momento sou obrigado a chamar a atenção de todos para um ponto muito delicado.

Quando comecei nossos trabalhos, tinha em mente que alguns alunos poderiam ter em mente tirar proveito de estar na comissão para ganhar algum dinheiro extra. Como não conhecia todos que lá estavam, imaginaria qualquer coisa.

Com o passar do tempo, com muita conversa franca, com os objetivos bem esclarecidos, e principalmente as consequências de uma "decisão errada", consegui que todos ficassem unidos em torno de um só objetivo. Realizar uma grande festa.

Infelizmente, com o passar do tempo, descobri que eu era privilegiado em poder contar com um grupo muito honesto pois descobrimos, visitando todas as empresas do ramo de formaturas, que a maioria das comissões que são formadas, seus membros têm interesses pessoais e desonestos. A grande maioria tem más intenções em suas negociações.

Jamais vou citar nome de aluno, de empresa ou qualquer coisa parecida, aliás, vou citar sim, quando for para elogiar. Sei tudo que acontece no meio e posso dizer a todos que fico triste em saber que comissões fecham contratos com empresas desonestas.

O ramo de formaturas é muito sujo. A maioria das empresas disputa o contrato com as comissões a base do "custe-o-que-custar". Querem fechar o contrato a qualquer custo. Para isso, deixam de lado qualquer coisa que chegue perto do mínimo de ética.

Como "eles" atuam ( quando digo "eles" estou me referindo às empresas que atuam no mercado comprando alunos para fecharem o contrato com "eles"). Primeiramente, sondam os alunos que fazem parte da comissão, de preferência, pessoas novas que têm pouca experiência e muita ilusão, é a coisa mais fácil de encontrar em nosso meio. Chegam nesses alunos como quem não querem nada, pegam o ponto fraco do aluno e oferecem vantagens de caráter monetário para que os auxiliem para que a empresa seja escolhida no fechamento do contrato.

Muita gente pode até achar isso normal, inclusive um certo gerente de uma dessas empresas, por ocasião de uma reunião disse: "... jamais perderia um contrato por causa de dinheiro, se a comissão quer eu cubro a oferta..." Quando ele me disse isso fiquei pasmo! Então perguntei: "Mas a empresa tem como arcar com todos esse custos?" Vejam a resposta do gatuno: "Claro que não! O dinheiro vai sair do bolso dos seus colegas!"

Por aí vocês já podem fazer idéia da sórdida área que estamos metidos. E disse mais, "... todas as empresas trabalham assim..." Além de confessar sua desonestidade, generaliza o ramo.

E pior ainda, conforme o tempo foi passando, e nossas investigações se aprofundando, pude perceber que era mesmo verdade. Existem umas empresas, não todas, mais a maioria, que são inescrupulosas, fétidas, sujas, e todos os adjetivos que se possa encontrar nesse sentido.

Logo no meu primeiro dia de presidência deixei bem claro a todos os componentes da comissão que não admitiria qualquer contato com qualquer empresa feita com membro da comissão isoladamente. Éramos uma comissão e teríamos que trabalhar em conjunto. Determinei também, que qualquer contato que empresas fizessem com qualquer membro da comissão eu deveria ser imediatamente notificado. Procurei desde o início, colocar na cabeça de todos que deveríamos nos empenhar para realizarmos um bom evento pois se tudo desse certo era provável que ninguém falasse nada, no entanto, se algo desse errado, por menor que fosse, com certeza muitos iriam reclamar, independentemente de nossos esforços nos demais trabalhos.

Disse também que se eu soubesse de algo entre algum aluno e alguma empresa, caso ficasse provado, eu me empenharia ao máximo em divulgar o ocorrido e procurar todos os meios possíveis para que o envolvido pagasse pelo seu erro.

Graças a Deus todos entenderam o que quis dizer e o resultado começou a aparecer. Como eu sempre preguei a bandeira da honestidade e procurar o melhor para nossos colegas, jamais alguma empresa me procurou para tratar de qualquer assunto em particular comigo, aliás, nem particular nem profissional.

Percebi no entanto, que volta e meia um membro da comissão era procurado para almoçar com representante de empresa, ou visita desacompanhado à empresa. Como a ordem era para que, assim que recebessem qualquer convite estranho, deveriam entrar em contato comigo, tivemos a oportunidade de "dar a corda para que se enforcassem sozinhos".

Porque podemos chegar a uma simples conclusão, se a empresa é a melhor e tem a certeza que oferece o melhor serviço, não há nenhum motivo para que ela "compre" o aluno. Ao contrário podemos ter a certeza que se ela tenta "comprar" um aluno é porque, honestamente, ela não tem como competir com as melhores.

Apesar que, até dou um desconto a essas empresas porque existem comissões desonestas que têm a intenção de fechar o contrato com a que lhes oferecer a melhor opção, não de festa, mas sim de vantagem pessoal. Então fica difícil saber, "é fresquinho porque vende mais ou vende mais porque é fresquinho?" . Transferindo para o caso, "As empresas são desonesta porque os alunos são desonestos ou vice-versa?".

Para nós isso até facilitou nossos trabalhos. A partir do momento que constatamos que a empresa trabalhava com segundas intenções era porque naturalmente não tinha como competir com as honestas. Foram descartadas automaticamente.

Por isso que hoje, quando vejo comissões que fecham contrato com empresas que sabemos qual é o método de trabalho fico triste com a turma que elegeu e confiou naquelas pessoas que agora os apunhalam pelas costas covardemente.

Claro que demos chance a todas de provarem que eram melhores e que poderiam oferecer o que estávamos querendo.

Estabelecemos critérios para a eleição da empresa de forma que todas seriam avalidas através desses critérios pré-estabelecidos, como por exemplo, instalações, profissionais, reputação no mercado, atendimento às comissões anteriores, situação financeira, comercial, fiscal, reclamações (pelo menos as soluções que deram) nos órgãos de defesa a consumidores ou judiciários, etc.

Agora, o mais importante a ser observado é em relação aos eventos realizados. Sobre isso e muito mais, estarei falando em uma próxima oportunidade. Por hoje chega.......

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