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A TERAPIA DE CASAL (PSICÓLOGO ANTONIO CARLOS ALVES DE ARAÚJO)
'Psicólogo António Carlos Alves de Araujo-Adultos e terapia de casal- TATUAPÉ-Z.LESTE' tels: 66921958/ 93883296
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A TERAPIA DE CASAL





"É um mito o pensamento de que um casal poderá superar seus conflitos sem intervenção de alguém; e é trágico quando negam sistematicamente qualquer tipo de ajuda. Muitas vezes, o casal teme a terapia achando que acontecerá uma "lavagem de roupa suja". Porém, isto não é a essência do processo, sendo que é muito mais importante o percebimento de que o tempo não é necessariamente fator que destrói a relação. A terapia não só pode conduzir a uma mudança de conduta, mas também levar à uma nova fase de redescoberta do prazer de estar com o outro; é o teste quase que definitivo sobre a indecisão ou certeza dos sentimentos perante o parceiro, sejam positivos ou negativos.No final é a consciência do que ambos podem ou não conseguir dividir. Apenas deve se ter cautela para que a terapia não seja a desculpa para acabar com o casamento; já que talvez um dos dois parceiros tenha essa certeza e não queira carregar o ônus da ação, transferindo para o terapeuta a responsabilidade". (ANTONIO CARLOS PSICÓLOGO)


Criada após a metade do século vinte, a terapia de casal é um dos instrumentos mais dinâmicos de toda a psicologia; talvez por esse motivo não tenha sido estudada com a consistência que lhe é devida. A prática profissional prova que a terapia de casal é a especialização mais dolorosa e difícil tanto para o psicoterapeuta como para as partes envolvidas. Obviamente isto decorre do dinamismo de um casal e toda a dificuldade do relacionamento conjugal de nossa era, que é modificado toda vez que ocorrem mudanças sociais, como por exemplo: a independência econômica da mulher no século passado. Pensar qual modelo de casamento é reinante em nossos dias é a chave para a compreensão profunda da relação. A tarefa básica do psicólogo na terapia de casal é primeiramente não cair na armadilha da sedução dos parceiros, com a finalidade de cada qual se inocentar um pouco mais do que o outro acerca da responsabilidade pela situação de desgaste da relação. Podemos inferir inclusive de que quando alguém é presa do desejo citado de se inocentar, isto é a prova máxima de que tal pessoa não almeja realmente o esquecimento das mágoas passadas, esmiuçando a disputa de poder ao ponto máximo e culpando o outro pela morte da relação. O terapeuta é investido no modelo de juiz, e é quando o mesmo deve tomar a máxima precaução para não ser afetado, assinalando para ambos que estão presos pela culpa e disputa, ao invés de discutirem a carência e histórica solidão a dois. Esta última é a prova não apenas da incompletude da relação, mas também de que o modelo mental de ambos pode estar direcionado à apenas "amar aquilo que não se têm", ou que o parceiro não proporcionou. Isto é a reprodução afetiva do modelo social vigente de eterno consumismo e sensação de vazio interior. Perceber o que conquistamos com o outro, não é apenas uma ação de boa vontade, mas o estabelecimento inicial da justiça pessoal e do relacionamento.

Cada cônjuge deve repassar a história de sua vivência emocional, sendo que geralmente ambos contam que a carência reinava absoluta antes do casamento, embora o desejo sexual fosse intenso; após o mesmo houve uma inversão, o desenvolvimento do tédio e desejo de se ver livre das amarras afetivas, sendo que ambos não admitem usar a palavra "enjoei", ou, me sinto "cansado" diariamente da convivência. Cabe ao terapeuta alongar tal discussão. Se determinada pessoa sempre encarou uma relação como um objeto a ser conseguido como um "troféu", obviamente o tédio não irá demorar a aparecer. Mas se analisarmos a estrutura mental do ser humano iremos descobrir que o mesmo se apega a determinados gostos, sejam: alimentares, diversões, conceitos ou ideologias. Há picos de aumento ou recrudescimento perante tais desejos, sendo que geralmente permanecem com a pessoa no transcorrer da vida. O fato que desejo ressaltar é que uma pessoa terá tendência maior para o tédio se sua personalidade estiver presa no conceito abstrato citado acima de sempre desejar aquilo que ainda não possui. Não almejo aqui a descoberta de um artifício mental para que a relação não se acabe seguindo normas religiosas, mas, a reflexão profunda de que principalmente no relacionamento afetivo é que observamos a falta de tranqüilidade, honestidade e continuidade do prazer, ao contrário de qualquer outro gosto pessoal que possuímos. Cabe neste ponto ao terapeuta assinalar que quando isto ocorre é porque os elementos competitivos disfarçados muitas vezes de ciúmes começam a inundar por completo a vida do casal. Nada desgasta mais um relacionamento do que o cansaço decorrente de anos de disputa de poder.

A monotonia que todos se queixam que se alastra no decorrer do casamento, muitas vezes é um mero pretexto para que ambos não reflitam que seus intentos de moldar o outro simplesmente fracassaram. Se pensarmos do ponto de vista histórico e sociológico chegamos à conclusão de que nossos pais ou antepassados fizeram de tudo para preservar o casamento, inclusive aceitando a plena infelicidade e insatisfação; hoje se nota que boa parte da energia é direcionada para a destruição completa da relação. O terapeuta também deve estar alerta para o sentimento de raiva do casal por ter de assumir a incapacidade de resolver a situação conjugal e necessitar de ajuda externa. Boa parte das terapias de casal fracassam pela não conscientização deste aspecto. A aceitação da ajuda implica no resgate pelo casal da capacidade de dividir novamente. Num primeiro momento se deve compartilhar a responsabilidade pelos problemas apresentados, para que mais na frente o prazer possa ser o elemento chave a ser desfrutado. O elo negativo que deve sempre ser cortado é a ausência de um ou ambos dentro da relação como um todo. ("estou aqui, mas não irei acompanhar"), esta é a mensagem inconsciente e consciente que acompanha todo casal com distúrbios em sua afetividade.

Problemas na questão sexual ainda são um dos fatores que mais contribuem para uma separação. Porém, existem casais que nessa área tem um nível extremamente satisfatório, mas outros fatores de tensão acabam por diluir a relação. Muitas linhas psicológicas sempre observaram que uma separação pode ocorrer após um "inesquecível" ato sexual que até então nunca ocorrera. Esta situação sempre foi analisada como uma espécie de "despedida", o que é um grande equívoco, pois a mensagem subliminar é fazer com que o outro fique preso de uma saudade corrosiva, pois naquele momento provou que poderia satisfazer por completo suas necessidades, sendo que o parceiro jamais se esquecerá da pessoa. Aqui temos uma prova máxima do elemento destrutivo de um relacionamento e a inevitável separação, que advém da certeza de que o companheiro possui todo o aparato para prover prazer e satisfação, mas sistematicamente se recusou a efetuar tal tarefa. A possibilidade para se evitar tal processo é a procura da liberdade perante determinadas emoções negativas.

Cultivar o desejo de reparação ou responsabilizar o outro pela infelicidade pessoal é a mais pura demonstração de ódio e vingança. Deveríamos sentir orgulho cada vez que acordamos sem culpar ninguém por nossa insatisfação crônica. A questão é: quanto tempo se consegue manter tal postura? A libertação do ódio passa necessariamente por deixar livre o parceiro, não sentindo absolutamente nada após a constatação de que a relação se tornou problemática. Este conceito parece um tanto absurdo, mas é necessária a reflexão de dito parâmetro, pois a ausência do prazer é a porta escancarada para todo o tipo de rancor e mágoa perante outra pessoa. A verdadeira terapia de casal é a disciplina do recomeço, pois o obstáculo quase que intransponível para qualquer tipo de acerto é o peso da lembrança negativa e seu cultivo diário. É fundamental a conscientização de que quando procuram a terapia de casal o relacionamento já acabou por completo. A função das três pessoas envolvidas não é uma ação baseada em dogmas religiosos de reconciliação, mas, a averiguação honesta e sincera da vontade de recomeçar de outra forma. Avaliar o valor do outro e nova possibilidade de troca é muito mais importante do que navegar constantemente numa idealização de prazer que ainda não foi possível obter.

A honestidade acerca da vontade de se tentar algo é tarefa que deve ser encarada profundamente. A cautela é necessária quando se confronta o conceito de "valer a pena", com processos psíquicos que podem arrastar o indivíduo à solidão e incapacidade de troca, anulando qualquer tentativa de reparação. Ser honesto é refletir se realmente o outro é responsável diretamente por nossa infelicidade, ou se projetamos no mesmo tal tarefa corriqueira. A essência da terapia de casal é uma resposta rápida sobre aquilo que há muito está emperrado: a necessidade de uma decisão de rompimento com toda a culpa e medo resultantes, ou a descoberta do potencial da vontade de tentar de uma forma que ambos não foram capazes até o presente momento. O primeiro conceito sempre terá mais peso, pela própria história de infelicidade crônica, embora seja mais difícil o digerir; o segundo passa pela motivação do desafio e alívio da culpa por realmente terem se compenetrado na tarefa de mudança. A precisão da decisão ocorre quando a mágoa e ódio já não são mais soberanos no relacionamento, e a consciência de que o outro é ou não capaz de nos fornecer o que precisamos, se torna um conceito claro e límpido, sem qualquer contaminação emocional negativa. SIGMUND FREUD assinalou em sua obra que toda criança nutria inconscientemente um conceito temeroso de ter sido "adotada", quando disputava determinada atenção ou sentia ciúmes de seus irmãos. O fracasso do relacionamento conjugal remete a um correlato de tal conceito: Será que em alguma ocasião realmente fomos amados completamente? Ou apenas recebemos cuidados por mera obrigação e ritualidade? Estas são as perguntas mais tenebrosas que quase não ousamos questionar. A falta de prazer abre as portas para todo tipo de paranóia e desconfiança de nossa história pessoal e auto imagem.

É fundamental que o casal tenha consciência que o objetivo da terapia não deve ser que o terapeuta assuma a função de decidir sobre a manutenção ou não da relação, pois não deixaria de ser uma tarefa delegada a um estranho de certa forma. O terapeuta no máximo deve ser uma medida do impacto do emocional de ambos e suas conseqüências. Muitas vezes as brigas constantes de um casal mascaram o senso de lucidez e compreensão acerca do limite rompido de dor e angústia que ambos não são capazes de perceber. Sobre a questão dos filhos há um consenso em todas as escolas de psicologia acerca do sofrimento e seqüelas dos mesmos frente a uma eventual separação dos pais. Porém, a própria psicologia já provou que seria muito pior a convivência forçada em razão dos filhos, colocando nestes uma carga de responsabilidade sobre a infelicidade do casal, sendo que num futuro tal fatura será paga a um custo enorme. Mas todo o conceito citado não é tão simples quanto parece, pois se produziu um mito de que casais que não tiveram filhos passam por uma separação de forma mais tranqüila. Tal conceito é uma pura inverdade, sendo que qualquer psicólogo ou até mesmo um advogado sabe que boa parte das separações litigiosas ocorrem também entre casais sem filhos, devido à sensação em um ou ambos de que algo valioso lhes foi subtraído, ou então "que nada sobrou", amplificando a sensação de ressentimento. É preciso se tomar muito cuidado com conceitos pré-estabelecidos, principalmente no tocante a terapia de casal, que como já dissemos acima varia de acordo com as mudanças sociais e psíquicas.

Perante uma inevitável separação, o terapeuta deve orientar o casal para que o reforço psíquico em relação aos filhos seja o combate contra o sentimento de abandono. É regra que os filhos encarem a separação dos pais como um sinal de que os próximos serão eles próprios. Embora todos discutam tais dificuldades, falta um embasamento maior por parte da psicologia no sentido do esclarecimento da conduta a ser utilizada. Muitos pais até percebem que em alguns casos os filhos desejam a separação por uma fantasia ou ciúmes em relação ao pai ou mãe. O fato é que inegavelmente a criança entra na contenda e é muito difícil que não tome partido. Deve-se impedir que a criança usufrua desse "oportunismo" de participar ativamente de algo extremamente adulto. A terapia familiar se faz necessária nesse ponto, sendo que deve lidar com o conceito confuso para os filhos de que continuarão obtendo um amor que os próprios pais jamais conseguirão desfrutar enquanto casal. Culpa, ciúmes, abandono, saudades e raiva serão os sentimentos herdeiros de tal conjuntura, e o terapeuta deve continuar sua tarefa de mediador das tensões de uma história familiar que no âmbito do sistema político e religioso se tornou infeliz, mas que na ótica psicológica procura assegurar aos filhos a saúde psicológica e esperança de que o casal retome sua afetividade num outro contexto mais favorável, fruto de um amadurecimento da psique de ambos. Enfim, a terapia de casal não pode se orientar tanto para uma separação, como a reconciliação da relação, devendo ser um instrumento de medição do impacto da junção de desejos e sentimentos não realizados. A decisão sempre passará pelo crescimento de ambos, para que possam discernir sobre as seqüelas passadas e futuras de sua convivência.

Bibliografia:
ADLER, ALFRED. O caráter neurótico. MADRID: Editora PAIDÓS, 1932.
FREUD, SIGMUND. TRÊS ENSAIOS PARA UMA TEORIA SEXUAL. OBRAS COMPLETAS COLABORADORES:



IRINEU FRANCISCO BARRETO JÚNIOR(SOCIÓLOGO)
SIMONE JORGE (SOCIÓLOGA)

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