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Estação Ecológica de Águas Emendadas.1

Fábio Rogério Ortiz 2

Introdução.

O objetivo deste trabalho é, através da pesquisa apresentar alguns aspectos sobre a Estação Ecológica de Águas Emendadas, fenômeno da união das duas maiores bacias da América Latina a Amazônia e a Platina. Mostrar as diferentes paisagens do cerrado com sua rica biodiversidade e a singularidade da sua vegetação, relacionada as condições hídricas.

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1. Este trabalho foi produzido a partir de uma viagem de estudo realizada ao planalto central e na Estação Ecológica de Água Emendadas, com os estudantes do 3º ano do curso de Geografia da Universidade Estadual de Londrina na disciplina de Hidrologia, sob a orientação da professora Lúcia Helena Gratão.

2. Fábio Rogério Ortiz é aluno do 5º ano do curso de Geografia da Universidade Estadual de Londrina.






No seio de uma belíssima vereda, talvez mais delgada que tantas que o cerrado abriga, está o extraordinário fenômeno geográfico da dispersão das águas. Vertendo de um mesmo ponto para duas grandes bacias hidrográficas em direções opostas, Tocantins e Paraná. O córrego Vereda Grande deslizando suas águas cristalinas para o norte encontra o Rio Maranhão que vai alimentar o caudaloso Rio Tocantins. Para o sul, o córrego Brejinho engrossa o córrego Fumal, deste para o Rio São Bartolomeu, depois Corumbá, desaguando no Paranaiba e formando então o Rio Paraná. Uma área de 10 mil e 547 hectares no centro do cerrado brasileiro compõe a Estação Ecológica de Águas Emendadas, situada no extremo nordeste do Distrito Federal, na região administrativa de Planaltina. A unidade foi criada originalmente como uma reserva biológica. A Estação Ecológica de Águas Emendadas destina-se à realização de pesquisas básicas e aplicadas de Ecologia, a proteção do meio natural e ao desenvolvimento da educação conservacionista.

 

 

Campos

No Brasil central os campos, vegetação com predomínio de ervas e arbustos, principalmente graminias, são caracterizados por diversas topologia denominados campos limpos, quando indivíduos lenhosos são praticamente ausentes e campos sujos, quando a cobertura lenhosa se aproxima de 10%. Os tipos de solos mais comuns sob essas fitofisionomias são os Litossolos rasos, Cambissolos concrecionários, Areia Quatzosa e Solos Hidromórficos.

 

Campo Limpo

A flora do campo limpo se diferencia em funções das condições topográficas e de umidade. Esses campos ocorrem em gradiente desde os topos dos morros até os fundos dos vales. Os solos são rasos e a topografia condiciona os gradientes de umidade. Quando o lençol freático é superficial, especialmente nas áreas de nascentes, nas encostas e nos fundos de vale, ocorrem os campos úmidos. Em seguida, vertente acima, aparecem os campos limpos em solos bem drenados. Nos fundos de vales em solos estacionalmente saturados podem ocorrer os campos de murundus. Esses são formados por pequenas ilhas cercadas por campos limpos úmidos. Nessas ilhas, as condições de drenagem condicionam a boa aeração do solo o que favorece o estabelecimento de espécies arbóreas oriundas dos cerrados nas vizinhanças.

 

Campo Sujo

Os campos sujos ocorrem em solos mais profundos onde o ambiente físico proporciona condições para o estabelecimento de espécies lenhosas típicas dos cerrados. A cobertura de espécies lenhosas se aproxima de 10% nessa fitofisionomia. A variedade de condições topográficas e de umidade proporcionam o estabelecimento de um grande número de espécies. Uma grande variedade de flores contribui muito para o embelezamento das paisagens campestres.

 

Cerrado (sensu stricto)

Esta fitofisionomia é predominante nos Latossolos profundos e bem drenados no Brasil Central e caracteriza-se por uma camada herbácea predominante graminosa e por uma cobertura lenhosa que varia de 10 a 60%. As duas camadas são muito ricas em espécies. A vegetação apresenta-se em mosaicos com mais de 100 espécies por ha.

 

Matas de Galeria

As matas de galeria são encraves de vegetação florestal no domínio dos cerrados. Essas ocorrem formando uma rede florestal perenifolia ao longo dos cursos d’ água sendo geralmente bordeadas por campos. A cobertura arbórea está entre 80 a 100% sendo comum a ocorrência de árvores emergentes ao dossel que atinge cerca de 20 a 30 m de altura. Essas matas contém espécies de mata amazônica, atlântica e das matas da bacia do Rio Paraná. As matas de galeria são importantes repositórios de biodiversidade.

 

Vereda

As Veredas são formações perenifolias dominadas por espécies adaptadas para o desenvolvimento em solos permanentemente alagados. Essas apresentam características similares as matas de galeria alagáveis como a altura média de 20 a 30 metros e alta densidade de indivíduos de menor porte. Normalmente ocorrem em áreas planas ao longo de cursos d’ água ou em áreas de nascentes. As Veredas são caracterizadas pela presença de buritis, são também em geral circundada por vegetação de campo.

 

Considerações Pessoais.

A Estação Ecológica de Águas Emendadas é uma das mais importantes unidades de conservação do Brasil Central, tanto do ponto de vista da preservação e da paisagem como dos habitats e comunidades bióticas do cerrado. As Veredas estão sofrendo um processo de transformação pelo avanço de comunidades de plantas hábeis em competir em solo úmidos mas não saturados. Aparentemente a alocação de estradas e diques de drenagem na área estão reduzindo o fluxo de água para as veredas. O manejo dessa, como de qualquer outra unidade de conservação deve-se levar em conta que atualmente as unidades são apenas um fragmento da vegetação nativa em meio a um ambiente com elevada ação antrópica no seu entorno, com é o caso do Distrito Federal.



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