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Tradução Mística do filme Matrix


Esse filme é o que se pode chamar de uma revelação, no
sentido de re-velar, ou seja velar de novo,
apresentando antigos ensinamentos numa linguagem nova,
utilizando para isso, com uma certa mistificação, o
elemento tecnológico do mundo moderno, a Internet.

Dessa forma, através de uma nova contextualização, o
filme resgata para nossa civilização, de uma forma
alegorizada, verdades universais contidas no Tao Te
King; Bhagavad-Gita, em todos os Vedas, enfim,
verdades que de outro modo se perderão, se não
encontrarmos uma linguagem que nos permita
comunica-las às novas gerações.

Nele fica nítido que um dos arquétipos do herói
mitológico, muito utilizado na época do Jesus bíblico,
geralmente associado a determinados imperadores,
heróis, ou semideuses, permeia toda a trama, no caso
em questão, o arquétipo utilizado é o do messias, ou
ungido, que podemos resumir da seguinte forma: Um
redentor esperado, de nascimento virginal, a traição
por parte de um de seus companheiros, a luta contra as
forças do mal, a morte e a ressurreição, e finalmente
a ascensão aos céus.

O filme, analisado hoje, começa com Trinity, a
iniciadora em conexão com o mundo real através de uma
linha telefônica, no Heart O' The City Hotel. Essa
linha do ponto de vista simbólico, eqüivale a vibração
do Anahata, ou Chacra Cardíaco, que permite-nos, uma
vez ativado, sintonizar nossa consciência com nosso
átomo primordial. No atual estado evolutivo da
humanidade, esse chacra só pode ser dinamizada pelo
elemento feminino.

O número que vemos em exposição na tela do console
manipulado pelo personagem Trinity, é 506, equivale ao
Arcano 11, (5+0+6= 11), ou seja a lâmina da força.
Nesta lâmina do Taro, vemos uma mulher abrindo com as
mãos nuas, a boca de um leão. No filme, Trinity
representa a Shakti, a força que penetrando no Chacra
Cardíaco do iniciado, promove a consciência.

O ser que está na Senda Iniciática, representado pelo
personagem principal, utiliza um pseudônimo, o
equivalente ao nome secreto empregado em algumas
escolas. Neo, lido anagramaticamente, eqüivale a
Noé, One (um), ou Eon, que em grego significa ciclo,
era ou período, simbolizando a ligação desse
personagem com um novo começo, algo novo, uma nova
era.

Ele, Neo, recebe a primeira instrução de sua
iniciadora, Trinity, que lhe diz como se estalasse os
dedos, "Acorde, Neo", da mesma maneira que os
iniciadores repetem isso aos discípulos, durante toda
a sua jornada na Senda.

O personagem principal do filme, como todos os outros
que se iluminaram antes dele, procurava a resposta
para nas palavras de Trinity, "A pergunta que nos
impulsiona".

Quando finalmente trava contato, com Morfeu, seu
Mestre, este diz a Neo, que "há duas formas de sair
daí, uma é pelo andaime, outra é levado por eles", ou
seja uma vez que o indivíduo, desperta para as
Leis ocultas que determinam os acontecimentos nos
planos da manifestação, elevando sua consciência a um
nível superior as pessoas comuns, só há duas maneiras
dele continuar seu desenvolvimento, uma é
subindo, outra é capturado pelas forças, que
representam os processos personalísticos que nos
controlam.

Neo hesita, devido a seu medo e desconfiança, gerados
pelo sentimento de auto-preservação e acaba capturado
pelos elementos personalísticos.

Mas tarde, vemos Neo, de volta a sua vida comum,
supostamente liberto, sendo levado ao encontro de
Morfeu, para sua iniciação.
Porém, antes dele entrar no vestíbulo onde o Mestre o
espera, Trinity a iniciada que o guia, como uma
Ariadne que guiou Teseu no labirinto de Creta, lhe dá
um conselho semelhante ao que é dado a todo
discípulo em prova; "Seja sincero. Ele sabe mais do
que você imagina.". Só então, ela lhe abre a porta da
sala onde o Mestre lhe espera.

Durante o dialogo que se segue, Morfeu observa que
ele, Neo, é; "Um homem que aceita o que vê".
Entendemos melhor essa afirmação quando consideramos
que o nome "real" do personagem Neo no filme, é Thomas

A. Anderson, Thomas é equivalente a Tomás ou Tomé,
demonstrando o relacionamento do personagem a São
Tomé, o apóstolo que precisava ver para crer. Vale
notar, que o sistema iniciático adotado por Morfeu,
relaciona-se, na sua forma extremamente simples e
objetiva, a iniciação mental, praticada nas escolas em
sintonia com o atual estado de consciência da
humanidade, focado mental concreto, e que portanto não
trabalham mais com o sistema de iniciação astral, ou
fenômenico, utilizada em escolas mais primitivas.

Morfeu, ensina sobre A Matrix - (Ma = m = Maya, que
significa ilusão em sânscrito e Trix = Tri = Três).
Matrix, tem o mesmo significado das tradicionais Três
Mayas, Três Véus, ou Três Ilusões, a ilusão física, a
ilusão psíquica e a ilusão espiritual, que segundo o
hinduismo ocultam a realidade.

Ele, o Mestre, apresenta seus ensinamentos na forma de
questões do tipo "Você deseja saber o que ela é ?", ao
receber resposta afirmativa de Neo, continua "A
Matrix, está em todo lugar. A nossa volta. Mesmo
agora, nesta sala. Você pode vê-la quando olha pela
janela, ou quando liga sua televisão. Você a sente
quando vai para o trabalho, quando vai a igreja,
quando paga seus impostos. É o mundo colocado diante
dos seus olhos para que não veja a verdade".

Ao questionamento seguinte do discípulo (Neo), sobre o
que é a verdade, ele continua implacavelmente, dizendo
que a verdade é "Que você é um escravo. Como todo
mundo, você nasceu num cativeiro, nasceu
numa prisão que não consegue sentir ou tocar. Uma
prisão para sua mente. Infelizmente é impossível dizer
o que é a Matrix (ou a Maya). Você tem de ver por si
mesmo.", nesse momento então ele oferece a
Neo, uma pílula azul, para conservar o sonho, a Maya,
e outra vermelha para mudar sua percepção da
realidade. A cor da primeira pílula, o azul é
associada ao conservadorismo, no mesmo sentido do
sangue real, ou azul das antigas monarquias européias.
A cor da segunda é vermelha, relacionado as
transformação revolucionárias violentas, associado a
mudanças radicais. Morfeu, o Mestre, tem a chave que
abre as portas para o real, mas Neo, o discípulo, tem
que fazer a escolha.

Durante a iniciação ele morrerá para um mundo de
sonhos e nascerá para o mundo real, despertando
plenamente para a verdadeira natureza, do mundo
físico, do mundo psíquico e do mundo espiritual,
compreendendo dessa forma a tríplice natureza unitária
da realidade. Para entendermos melhor o que ocorre com
Neo a partir daí, é importante considerarmos o que é
dito no Bhagvad-gita, por Sri
Krisna, quando se dirige a seu discípulo Arjuna e lhe
diz "Ó Arjuna, o Senhor Supremo está situado no
coração de todo mundo, e dirige as divagação (os
sonhos) de todas as entidades vivas, que estão
sentadas
como numa máquina, feita de energia material".
(Bhagavad-Gita - Como Ele É, texto 61, capítulo 18,
pág. 706. - A.C. B. Swami Prabhupada).

No filme, já no mundo real, a bordo do
Nabucondonossor, observamos a analogia da lei que
afirma que são necessários sete discípulos, para
formar um Mestre, temos os personagens; Trinity, Apoc,
Switch, Dozer, Tank, Mouse e Cypher, como os sete
discípulos, tendo como representante da consciência do
Mestre, a figura do líder Morfeu, ou
Morpheus (Personagem mitológico, deus do sono grego).

Na nave, ou arca, chamada no filme de Nabucondonosor,
percebemos referencia o ano 2069 (2+0+6+9 = 17),
correspondente ao Arcano 17, a
Estrela, símbolo relacionado a egrégora da Obra, em
que estão empenhados esses divinos rebeldes.

Avançando um pouco mais, vemos que na segunda parte da
iniciação de Neo, Morfeu lhe informa que no começo do
século 21, número que no Taro iniciático de JHS,
corresponde a lâmina do Louco, os homens criaram a
I.A. (Inteligência Artificial), um tipo de consciência

singular, que gerou uma raça inteira de máquinas, ou
de seres mecanizados. Bem semelhante ao que acontece
em nossos dias, onde os seres humanos vão sendo
"robotizados", num processo de massificação
que antigamente era chamado costume, mas que na
atualidade tem o nome de moda. Tornando-se cada vez
mais inconscientes, num mundo dominado por padrões de
comportamento.

Segundo Morfeu, encantados com sua própria grandeza,
os homens celebravam sua realização, porém na guerra
que adveio após tal sucesso, eles queimarão o céu, ou
seja, fecharão as portas para as energias solares,
positivas, transformando o mundo num deserto
tecnológico de trevas, sem Deus, onde os seres
mecânicos se tornaram os senhores.

Da era de ouro porém, só restou Sião, "a última cidade
humana", Sião ou Sinai, é na tradição israelita o
Monte sagrado onde Moisés teria recebido as Tábuas da
Lei do próprio Deus.

Segundo o personagem Tank, Sião fica localizada nas
entranhas da Terra, próximo ao seu núcleo
incandescente, o Sol Central do planeta.
Relacionando-se claramente assim, aos mistérios dos
Mundos Subterrâneos, especificamente a cidade
subterrânea de Shamballa (Sião = S = Shangrilla,
Shamballa das tradições transhimalaianas).
Shamballa, é um núcleo de integração de consciências
espirituais elevadíssimas, que vibra no interior da
terra, representado alegoricamente como uma cidade.
Dessa forma, Sião representaria o lugar onde realmente
somos o que somos e do qual fomos enviados a
face da terra, onde conforme diz o personagem Tank,
será festejado o fim da guerra maniqueista entre os
filhos da Luz e os filhos das trevas, representados
pelos homens e pelas máquinas.

Só o líder, ou o Mestre, de cada nave, ou Arca, recebe
as senhas, ou as chaves, para penetrar em Sião, assim
Morfeu, é também um pontífice (Pontifex = construtor
de ponte), construindo a ponte entre o mundo
ilusório e o mundo real, entre Matrix e Sião.

Já na terceira fase do processo iniciático
(treinamento) que Morfeu submete seu discípulo, ele
declara a Neo, "Quero libertar sua mente,
Neo. Mas só posso te mostrar a porta. Você tem de
atravessa-la".

Apesar do personagem de Morfeu declarar no filme, que
os seres humanos não estão prontos para "acordar",
isso não faz das pessoas adormecidas inimigas. Suas
palavras contundentes, expõem o que é dito nos Vedas,
quando os sábios afirmam que todos; pais, mães,
irmãos,
avôs, avós, amigos, namorados, cônjuges, etc. são
"soldados ilusórios", que promovem nosso apego a Maya,
pois enquanto adormecidos, os seres humanos fazem
parte do "sistema ilusório", portanto possuem em sua
estrutura processos personalísticos que eles
mesmos desconhecem, mas que tomam conta de sua
consciência em algumas ocasiões, para defender seus
preconceitos e manter sua existência ilusória. Esses
processos personalísticos que nos prendem a ilusão,
são representados no filme pelos agentes da Matrix,
programas sencientes que entram e saem em qualquer
software conectado ao sistema deles. Fazendo eco as
palavras dos sábios nos Vedas, Morfeu diz, que
"Qualquer um ainda não libertado, é um agente em
potencial da Matrix. Eles são todos e não são
ninguém". Os processos personalísticos, relacionam-se
aos sete pecados capitais, "... eles são os porteiros,
protegem todas as portas e tem todas as chaves.".
As vezes, os seres humanos são vencidos por esses
agentes da Matrix, alguns até pactuam com eles, como é
o caso de Cypher. Ele é aquele viu a verdade,
despertou para a realidade mais prefere a ilusão e a
mentira. Ele, Cypher, diz ter percebido após nove anos
(número equivalente aos degraus da escada de Jacó, que
simbolicamente leva o homem do mundo terreno ao mundo
espiritual), que "A ignorância é maravilhosa". Dessa
forma, pensam os magos negros, aqueles que fazem opção
por Avidya, pela ignorância, que voltam as costas à
Luz e mergulham voluntariamente na escuridão.

Os que assim procedem, sempre acusam aos que lhes
mostraram o caminho, de fraquezas e incapacidade, que
eles mesmos possuem. Corroídos pelo ódio, pela luxuria
e pela inveja, afirmam terem sido enganados, por seus
Mestres, que quando fazem realmente jus a esse
nome, tentaram sempre, guia-los na Boa Senda. Cypher,
representa o traidor, que trai a sua própria natureza
humana, ao submeter-se ao domínio das máquinas. Ele
oferece a si mesmo, como pasto para as
forças negativas que passa a servir, em troca de
prazeres ilusórios.
Age assim no intuito de satisfazer seus impulsos
baixos, suas Nidhanas.

O iniciado, seguidor dos Mestres da Grande
Fraternidade Branca, até que se torne verdadeiramente
um Adepto, enquanto estiver encarnado, sentirá os
apelos de seus veículos inferiores. Isso ocorre porque

nesse estado, ainda possui elementos básicos em sua
composição ainda por equilibrar e que por isso mesmo
exigem satisfação. Apesar disso ele não os nega, mas
os transmuta, canalizando-os para realizações
reais que o libertem cada vez mais da ilusão da Maya,
tornando-os elementos impulsionadores de sua evolução.
Num determinado ponto do filme, inclusive, um dos
membros da tripulação Mouse, fala com Neo sobre isso,
dizendo-lhe, que "Negar os nossos impulsos é negar
aquilo que faz de nós humanos". Ciente disso, o
verdadeiro iniciado é extremamente consciente de seus
impulsos, não os recalcando hipocritamente para as
regiões do subconsciente, onde irão se acumulando,
como esqueletos no armário, de onde continuarão a
atuar
sem nenhum controle, disciplina ou educação, até
invadirem como uma enchente de um rio bravio, a
consciência, dominando-a e arrastando-a as maiores
perversões. Por isso o verdadeiro iniciado, sabe que
deve vigiar seus sentidos, para através de um sistema
iniciático sério, de uma disciplina superior, não
recalcar, mas trabalhar, transformar suas Nidhanas, ou
tendências negativas, em Skandhas, ou características
positivas.

Num determindado nível dessa etapa da iniciação de
Neo, Morfeu o conduz até o Oráculo. Vemos que a
entrada do elevador é guardada por um cego, que vê.
Ele, o cego, que responde ao sinal que Morfeu lhe faz
com a cabeça, representa os iniciados, guardiões da
Luz, cegos para o mundo ilusório, mas iluminado para a
realidade. Já dentro do elevador o Mestre diz então a
Neo, para tentar "Não pensar em termos de certo e
errado.", pois para os que chegam ao Oráculo, certo e
errado, bem e mal, feio e bonito, todos os pares de
opostos se anulam. As portas do Oráculo, Morfeu, o
Mestre diz ao seu discípulo, "Só posso te mostrar a
porta. Você tem de atravessá-la", indicando assim que
cada passo do discípulo em prova é dado por sua
própria
conta, pois na Senda da Iluminação ninguém caminhará,
ou tomará as decisões por ele.

Porém, quando Neo coloca a mão na maçaneta da porta,
esta lhe é aberta, mais uma vez por uma sacerdotisa.
Essa atuação constante do elemento feminino, demonstra
a necessidade da interação dinâmica de ambas as
polaridades humanas, de acordo com certas regras
esotéricas..

Assim macho e fêmea, interagem ciclicamente no
processo iniciático de crescimento espiritual, através
do entrelaçamento das forças de Fohat e Kundalini. Ao
integrarem-se dessa forma, ambas as energias dão
origem ao Andrógino Divino, um ser verdadeiramente
equilibrado, mas que conserva as características do
corpo que ocupa, se masculino, vive e relaciona-se
como homem, se feminino, vive e relaciona-se como
mulher, podendo em alguns casos fazer opção pelo
Brahmacharya, ou voto de castidade. O resultado da
integração dinâmica das polaridades cósmicas, é
totalmente diferente das expressões caóticas
homossexuais ou bissexuais, dois tipos que representam
seres decaídos, em oposição ao Andrógino Divino, que é
a perfeição evolutiva humana.

Já dentro da sala do Oráculo, Neo encontra várias
crianças, especialmente um menino, uma espécie de
pequeno monge, do qual aprende alguns mistérios, sobre
esse mundo ilusório, num episódio que lembra bem
aquela passagem bíblica, onde o Cristo bíblico, ensina
que aquele que não se tornar como estas crianças, não
entrará no reino dos céus. Dentro do Oráculo, uma
cozinha, onde a Pitonisa, ou profetisa (novamente uma
mulher), manipulando um forno moderno, quebra as
expectativas do discípulo. A cozinha nos faz lembrar o

laboratório dos alquimistas e o forno o Athanor, ou
forno utilizado pelos alquimistas, Adeptos da Arte
Real.

Num determinado ponto de sua conversa ela, a Pitonisa,
cita-lhe o celebre axioma socrático, "Conhece-te a ti
mesmo", que via-se as
portas do oráculo de Delfos, o qual essa etapa do
filme representa.
Só que as portas do Oráculo de Delfos, as palavras
citadas no filme, estavam escritas em grego e de forma
mais integral exortavam, "Homem, conhece-te a ti mesmo
e conheceras o Universo e os Deuses.".

A mulher que representa a Pitonisa do Oráculo, lhe
afirma de forma metafórica, que "Ser o escolhido é
como estar apaixonado. Ninguém pode te dizer se você
está. Você simplesmente sabe. Não tem dúvida,
nenhuma". Assim ao lhe falar sobre o escolhido, ela
descreve o processo de iluminação avatárica, pois este
não é uma coisa que se busca e que se consegue, ou que
fica-se esperando, ele simplesmente é, como algo que
simplesmente acontece, e nesse ponto do filme, Neo,
não é o escolhido. A Pitonisa, afirma que ele tem o
dom, isso diríamos nós todos tem, mas ele parece que
"está esperando por algo".
Quando Neo lhe indaga, a respeito do que poderia estar
esperando ela lhe responde " Sua próxima vida talvez".
Dessa forma, Neo age como a maioria das pessoas, que
iniciam-se na Senda, e que protela para a
próxima vida a iluminação, esperando, pensando que;
Afinal ela não é para agora, quem sabe mais tarde...

Ao sair do Oráculo, Neo, encontra-se com Morfeu e este
lhe adverte, "Que o que foi dito era para você e
apenas para você", assim é com tudo que é comunicado
nas verdadeiras iniciações Assúricas, com aquilo que é
falado do iniciador para o iniciando, de
boca-para-ouvido, de maneira sutil e discreta, quase
que
imperceptivelmente.

Quando porém, os agentes de Matrix capturam Morfeu, um
representante dos processos internos personalísticos,
intelectualiza a existência
humana e de forma convincente, compara o seu
desenvolvimento humano sobre a terra, que na maioria
das vezes, foi totalmente controlado pela
personalidade caótica, ou seja por esses mesmos
processos internos, ao o de um vírus. Dessa maneira, o
agente se coloca como a cura para o mal, que segundo
ele é representado pela maior de todas as criações de
Deus na Terra, o Ser Humano, ignorando em seu
discurso, o desenvolvimento do Espirito Humano, capaz
dos maiores gestos de sacrifício, altruísmo e
fraternidade, única esperança para o planeta. Esse
Espirito Humano, quando plenamente desenvolvido,
subjuga a natureza animal e mecânica e converte o
Homem, na expressão de Deus na face da Terra. Esse
espirito humano, quer o chamemos, Deus, Bramam, Ala,
Jeová, Tao, opõe-se aos processos mecânicos,
instintivos e animalescos, que controlam os seres
ainda inconscientes, atuando de forma a libertar a
Centelha Divina, promovendo o nascimento do Avatar, ou
como é expresso no filme do Escolhido. Vemos isso,
quando Neo toma a decisão de sacrificar-se, dando-se
em holocausto pelo seu amigo e Mestre Morfeu.

Apesar de conhecermos intelectualmente o exposto
acima, as esclarecedoras palavras de Morfeu, após ser
resgatado devem ser consideradas; "Cedo ou tarde, você
vai perceber, como eu, que há uma diferença entre
conhecer o caminho e percorrer o caminho".

Num determinado ponto do fim do filme a personagem
Trinity, reproduz um dos mais antigos mitos da
humanidade, ao trazer Neo de volta a vida, fazendo com
que ele obtenha sucesso na última e derradeira
iniciação conhecida por nós como Morte.

Quase no final do filme, vemos através das palavras do
personagem principal, que o Avatar não significa um
fim, mas um começo, de algo novo, ilimitado, sem
fronteiras, um novo ciclo, livre de Maya, sem ilusão,
onde tudo é possível ao ser desperto. Ele dirigi-se a
Matrix, a estrutura geradora da ilusão, declarando-se
decidido a "...mostrar a essas pessoas o que [Matrix]
não quer que elas vejam. Vou mostrar a elas um mundo
sem você. Um mundo sem regras, sem controles. Um mundo

onde tudo é possível.".

Sua última frase, dirigida a Matrix, a Maya, a Ilusão,
ou melhor dizendo, dirigindo-se aquilo que torna
possível esse processo de auto-hipnose, nossa
personalidade, pode ser considerada como dirigida
a cada um de nós. Ele fala calmamente sobre a decisão
que deixa a cada um dos espectadores, "Para onde vamos
daqui, é uma escolha que deixo para você.".

O filme termina, com Neo saindo do chão e voando,
reproduzindo o arquétipo da ascensão, ou da subida aos
céus, que simboliza a realização plena do iniciado, já
tornado um verdadeiro Adepto, por fazendo parte agora
de outro processo evolutivo, relativo ao
desenvolvimento dos deuses.
 
"Lembre-se: Tudo que ofereço é a verdade. Nada Mais."
Morfeu